quarta-feira, 3 de junho de 2020

Um dos erros do futebol maranhense é querer "fugir" da concorrência





O futebol maranhense viveu grandes momentos nas décadas de 70, 80, 90 e outras mais em relação a grandes públicos. O antigo Castelão e o estádio Nhozinho Santos já foram palco de grandes públicos de jogos entre times do estado. Porém, hoje em dia, vivemos uma grande escassez de torcedores nos nossos gramados. Quando podemos acompanhar grandes públicos, são sempre em jogos que envolvem equipes de outros estados ou decisões de competições em nível nacional ou regional.

Na década de 90 e no início dos anos 2000 uma boa ferramenta usada para atrair o público ao estado era o programa Nota na Mão. Enquanto vigou o projeto, o fluxo de torcedores nos nossos estádios foi bem intenso. Mas hoje em dia a nossa realidade é bem diferente. Nossos clássicos, finais e jogos não tem atraído muito público para os estádios. 

Ultimamente os dirigentes do nosso futebol tem buscado alternativas para "fugir" da concorrência de outros jogos que são transmitidos na tv. Os nossos cartolas entendem que os grandes times do país tiram os torcedores nossos dos estádios. Acredito que independente da influência de times de fora do estado, é um erro fugir dessa concorrência muitas vezes. Como exemplo tivemos e temos situações em que alguns jogos foram e são marcados para a segunda-feira à noite para fugir da concorrência. E mesmo assim o público é pequeno. Bem verdade que na atual edição do estadual pouco ouvimos falar sobre essa "fuga", ainda bem. Não sabemos se isso ocorrerá com a retomada do estadual. 

Se há influência ou não, o certo é que vivemos sim um momento de escassez de torcedores em nossos estádios. Por isso, é preciso encarar o problema e a concorrência. Querer "fugir" da concorrência é menosprezar ainda mais o nosso futebol. O futebol maranhense tem que recuperar os seus dias de grandes públicos pela beleza de seus jogos que tem e sempre teve. O resgate dos grandes públicos e de bons momentos do futebol do estado passa pela valorização daqueles que administram e dos que vivem dele. O nosso futebol não deixou de ser belo e de ter grandes jogos, talvez passou apenas a ser menos valorizado por aqueles que preferem "fugir" da concorrência.